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A importância das empresas no bem-estar emocional dos colaboradores
Conflitos laborais, problemas familiares, cultura de hiperconexão, cansaço, depressão e ansiedade. O impacto destes fatores no bem-estar emocional de um indivíduo quase sempre manifesta-se no local de trabalho e, para os empregadores, os custos podem ser significativos.
A boa notícia é que existe uma crescente consciencialização da influência do bem-estar emocional 8na produtividade dos trabalhadores e muitas empresas já estão a tomar medidas, como comprova o Emotional Health Survey 2019 , o primeiro estudo global da Aon sobre bem-estar emocional e que contou com a participação de empresas de dez países.
O objetivo do estudo foi compreender de que forma as empresas de todo o mundo estão a trabalhar para assegurar o bem-estar emocional dos seus recursos humanos. A principal conclusão é animadora: a preocupação com o bem-estar emocional está a crescer junto das empresas. 86% dos empregadores veem inclusive a saúde emocional como um dos três principais fatores para o bem-estar geral dos funcionários e 58% das empresas inquiridas têm (ou estão a desenvolver) estratégias de promoção do bem-estar.
O PAPEL DO EMPREGADOR NO BEM-ESTAR EMOCIONAL
O orçamento é o maior obstáculo à adoção de uma estratégia de bem-estar emocional por parte das empresas. 80% das organizações inquiridas no estudo da Aon admite a importância do bem-estar emocional, mas não têm orçamento para investir em planos de ação, enquanto 19% dizem não possuir uma estratégia porque o bem-estar emocional não é uma prioridade e 5% não acreditam que os benefícios que essa estratégia traria justifiquem o custo e o esforço envolvidos.
Qualquer programa de bem-estar para funcionários representa um investimento significativo em tempo e dinheiro por parte do empregador, mas a sua implementação traz benefícios reconhecidos.
“O reconhecimento da saúde emocional como fator fundamental para o engagement com os colaboradores, promoção da saúde física e mental, e melhoria da produtividade, tem levado cada vez mais empresas a priorizar o tema nas suas estratégias de recursos humanos, sendo já aceite pela maioria como um dos três drivers principais para o bem-estar no local de trabalho”, afirma Nuno Abreu, Diretor de HR Solutions da Aon Portugal.
Apesar da tendência para uma maior preocupação quanto a esta matéria, o estudo da Aon indica que apenas 30% das estratégias de bem-estar corporativas contemplam a saúde emocional. Para colmatar este problema, “é necessário criar mecanismos que incentivem a comunicação com os colaboradores, de forma a conseguir perceber mais facilmente quais as verdadeiras necessidades dos colaboradores ao nível da saúde emocional, um insight crucial para desenvolver uma estratégia de recursos humanos que traga resultados reais para a sua qualidade de vida e de trabalho”, defende Nuno Abreu.
O estudo da Aon analisou ainda os principais objetivos pelos quais as empresas adotaram uma estratégia de bem-estar emocional: 91% para melhorar o engagement dos seus funcionários, 69% para melhorar a produtividade e 52% para diminuir o absentismo. Somente 40% referem que implementaram um programa deste tipo tendo em vista a redução dos custos médicos da empresa.
ESTRATÉGIAS PARA MELHORAR O BEM-ESTAR EMOCIONAL
Entre as principais ações executadas pelas empresas, estão programas de ajuda emocional ao colaborador, ações educativas (sessões temáticas e materiais informativos) e aconselhamento individual.
O estudo da Aon mostra ainda que a grande maioria das empresas (81%) aplica ações como políticas de folgas e promoção de ciclos de trabalho/descanso, mas quando se trata de dar o próximo passo – identificar e agir sobre possíveis motivadores de problemas de saúde emocional – são menos proativas.
As empresas que desejam implementar a sua própria estratégia de saúde devem adotar uma abordagem estruturada, avaliando riscos através de profissionais especializados, como os que compõem a equipa Aon. Devem ainda aproveitar o poder dos dados à sua disposição, comunicar a sua abordagem com os colaboradores para aumentar o engagement e, após aplicadas as medidas, avaliar os níveis de sucesso das ações.
Acima de tudo, os empregadores não devem ter medo de abordar o bem-estar emocional. Uma cultura de abertura ajudará a remover o estigma que rodeia a saúde emocional, permitirá que os funcionários usufruam de programas estabelecidos e, mais relevante ainda, resultará numa equipa motivada, produtiva e saudável.