como lidar com o aumento dos sinistros nas apólices de saúde?
O aumento exponencial dos custos das apólices de saúde está a ser impulsionado, em parte, por sinistros com custos elevados. Algumas das estratégias para resolver este problema passam por:
01 Prevê-se que a taxa de inflação médica global se situe novamente em torno dos 10% em 2025, impulsionada por sinistros com custos elevados, doenças crónicas, doenças oncológicas, envelhecimento da população e tratamentos dispendiosos. Esta situação está a criar desafios financeiros e de saúde para empregadores e empregados.
02 As estratégias de mitigação incluem análises preditivas, programas de Wellbeing, prevenção e rastreio, resseguros, stop loss e muito mais.
03 A prevenção e a deteção precoce dos custos médicos mais elevados são cruciais. Muitas doenças agravam-se se não forem identificadas atempadamente, conduzindo a custos de tratamento mais elevados.
Os colaboradores estão a ter custos cada vez mais elevados com cuidados de saúde, o que está a contribuir para um aumento dos custos das apólices de saúde corporativas, colocando as entidades patronais sob uma enorme pressão financeira. Este aumento é impulsionado pelo preço exorbitante de alguns medicamentos, terapias mais complexas e o aumento do número de pessoas com múltiplas doenças crónicas.
“O número de pessoas que solicitam reembolsos de cuidados de saúde no valor de um milhão de dólares nos Estados Unidos aumentou 45% nos últimos anos, e prevê-se que continue a aumentar”, afirma Charles Smith, Aon’s Chief Medical Officer, Aon EUA. “E isto está a criar uma pressão em todo o sistema de saúde.”
Em todo o mundo, os custos médicos não param de aumentar. A taxa de inflação médica global para 2025 deverá ser de 10%, de acordo com o relatório 2025 Global Medical Trend Rates da Aon. Valor este ligeiramente inferior aos 10,1% registados em 2024, mas mantendo os dois dígitos, pelo 2º ano consecutivo.
As organizações tentam implementar as mais diversas estratégias para tentar atenuar o aumento dos custos, como a análise detalhada da sinistralidade para, por um lado identificar preventivamente sinistros de risco elevado, e por outro as tendências de consumo da população. Adicionalmente a implementação de programas de Wellbeing, alterações no desenho dos planos ou medidas de contenção custos, também estão a ser amplamente utilizados na tentativa de manter os prémios das apólices em níveis que não afetem a saúde financeira das organizações. Os planos de benefícios flexíveis são também uma iniciativa de mitigação cada vez mais popular. Para as empresas portuguesas foi mesmo identificada como a segunda iniciativa mais eficaz a considerar em 2025, imediatamente após a contenção dos custos.
O risco de não fazer nada
É importante notar que, tal como os diferentes países têm diferentes níveis de risco, também as consequências da inação podem ser diferentes. O rastreio e as intervenções podem variar devido às diferenças nos sistemas de saúde, às abordagens culturais em relação à saúde e à prevalência de determinadas doenças.
Embora as inovações nos tratamentos do cancro e nas terapias genéticas e celulares ofereçam aos doentes a possibilidade de obter resultados que mudam a sua vida, os custos elevados podem ser insustentáveis para os empregadores, os trabalhadores, as seguradoras e os governos. Os custos médios dos cuidados de saúde estão a ultrapassar os aumentos salariais na maioria das regiões, criando problemas de acessibilidade em todo o mundo.
Mesmo em países com cuidados de saúde financiados pelo governo, continua a existir o risco de não atuar. Por exemplo, como alguns indivíduos relatam tempos de espera mais elevados para procurar tratamento e uma cobertura mais restritiva no Reino Unido, o número de adultos que utilizam seguros de saúde privados aumentou de cerca de 12% em 2019 para 22% no final de 2022, de acordo com a Statistica Consumer Insights.
Há uma série de coisas que as organizações podem fazer para ajudar a reduzir alguns destes custos e melhorar a saúde dos seus colaboradores. Para começar, os impactos positivos das mudanças preventivas e de estilo de vida podem ser muito eficazes. A implementação de uma estratégia de Wellbeing, medidas de contenção de custos e alterações no desenho do plano são excelentes estratégias de mitigação.
A prevenção e a deteção precoce são essenciais
Muitas doenças tornam-se fatais, porque simplesmente não foram detetadas a precocemente. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, os pacientes provenientes de países com rendimentos mais elevados, cujas doenças oncológicas são normalmente detetadas precocemente, têm um tratamento que é duas a quatro vezes menos dispendioso do que o tratamento dos doentes cujo cancro é detetado mais tarde.
“ Embora nem sempre seja possível, a prevenção é uma estratégia de mitigação importante que é frequentemente subutilizada. As organizações devem criar programas de gestão de cuidados que incentivem os colaboradores a fazer check-ups regulares de saúde e a seguir estilos de vida mais saudáveis.”
Dr. Charles Smith
Chief Medical Officer, North America
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