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mHealth: empresas recorrem à tecnologia para melhorarem saúde dos colaboradores

A esperança de vida tem aumentado em todo o mundo e cada vez vivemos mais anos. Com as novas descobertas e tecnologias médicas a avançar rapidamente, alguns analistas preveem que, num futuro não tão distante assim, a maioria de nós viverá além dos cem anos. Dados da União Europeia mostram inclusive que o número médio de anos que se espera que alguém continue a viver em condições saudáveis ao nascer é cerca de 80% da expectativa de vida total.

Com uma população cada vez mais envelhecida, a saúde está cada vez mais cara. Segundo o Relatório de Tendências Globais dos Custos de Saúde 2019, desenvolvido pela Aon, os custos dos cuidados de saúde em todo o mundo continuam a aumentar mais do que as taxas de inflação − a inflação média global nos cuidados de saúde foi de 8,4% em 2018.

Apesar dos crescentes gastos em saúde, os empregadores entendem claramente o impacto que o bem-estar dos colaboradores pode ter nos seus negócios. A Pesquisa de Saúde da EMEA, realizada em 2018 pela Aon, mostra que 95% dos empregadores da região EMEA (Europa, Oriente Médio e África) reconhece a correlação entre saúde e desempenho dos funcionários. Para promover melhores escolhas de saúde, um número crescente de empregadores está a adotar programas de bem-estar para os seus funcionários, tanto no que diz respeito à saúde física, como à saúde mental.

Existe igualmente um maior reconhecimento de que as necessidades de cada indivíduo são únicas, de modo que os programas de bem-estar devem ser personalizados. Neste cenário, o uso da saúde digital pode ser preponderante. A chamada mHealth (mobile health, ou saúde móvel) é uma tecnologia promissora e pode ser uma ferramenta poderosa para que as pessoas façam a gestão da sua própria saúde e bem-estar. Por exemplo, dispositivos móveis e aplicações podem monitorizar diversas informações, que vão desde a quantidade de passos dados até ao batimento cardíaco. Prevê-se que este mercado cresça mais de 150 mil milhões de dólares globalmente até 2025, à medida que as pessoas se sintam cada vez mais confortáveis a usar wearables, a fazerem testes de saúde caseiros, etc.

O papel do empregador pode ser crucial ao facilitar o acesso a esta tecnologia. “A informação destes dispositivos pode ser extraída e analisada e ajudar os empregadores a adaptarem os programas de bem-estar dos seus funcionários, criando ambientes de trabalho ainda mais saudáveis e produtivos – não esquecendo um maior controlo de custos”, afirma John Zern, CEO da Aon Soluções em Saúde. Por sua vez, Jim Winkler, Responsável Global de Inovação em Soluções de Saúde da Aon, refere que “seja através de mudanças na dieta, ou diminuindo os níveis de stress, a maioria dos grandes problemas de saúde da sociedade pode ser prevenida. Ajudar as pessoas a mudarem seus comportamentos é fundamental para melhorar as suas condições gerais de saúde”.

Os dispositivos mHealth e tecnologias avançadas de informação, como a inteligência artificial, irão facilitar estas iniciativas personalizadas de bem-estar. Os empregadores terão um maior acesso a informações que, quando analisadas em escala, poderão ajudar a melhorar o design desses programas, otimizar custos, aumentar a performance dos trabalhadores e, acima de tudo, melhorar a saúde dos seus funcionários. Será este o futuro da saúde?

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